terça-feira, 9 de junho de 2009





















Mas agora é noite. Tarde da. A madrugada avança. O pensamento a mesma coisa. No fone toca um jazz baixinho. - barato total. Faz frio na grande cidade e o céu está bonito.

Os podcasts são o futuro da comunicação. Comunicação é a ordem do universo. Não à toa o mundo nunca produziu tanta. Tanto desencontro, tanta opinião caótica. Distorcida. Fraudulenta. Disfarçada. Se você se incomoda com isso é hora de sair do jogo. A comunicação não anda mais em linha reta. O cavalo está sem cela e é inútil tentar domá-lo. Ninguém mais é de ninguém. As fronteiras se romperam e sim, dois mundos correm muito mais paralelos do que você jamais sonhou imaginar.

Os que sublimarem o pouco, não chegarão a lugar algum. As opiniões são apenas as opiniões alheias e sobre elas nada queremos fazer. A opinião alheia sempre pode ser pior do que você poderia imaginar. Mas não vou falar aqui sobre perseguição. Identifico em mim cada seqüela de tantas sofridas – a pior foi a tendência eterna ao melodramático no lugar do verdadeiro.

Do outro lado da janela pareço ouvir uma festa. O bom de morar nessa parte da cidade é que as pessoas vizinhas parecem sempre ter algum motivo para comemorar. E quando os apartamentos atravessam a noite banhados na luz suave das risadas e das musicas altas, quando os apartamentos esquecem do mundo real do lado de fora, nessas horas eu me sinto em casa no lugar onde estou. E meus pés se aquecem dentro das meias grossas. Enquanto uma madrugada fria de segunda-feira ecoar pessoas no lugar de grilos, posso ter certeza de que tudo continua em ordem. Os sonhos rurais precisam esperar. Aqui, na cidade grande, por mais que você pense que não, as pessoas escutam a lua com muito mais atenção. Ela é um dos nossos últimos laços com o natural.  Nada pode ser mais comum a todos do que ela. Das coisas que ela faz dentro da gente.

A foto é da Tuane Eggers que está vindo para São Paulo pela primeira vez. E isso nunca é pouco.

Penso nas pessoas que estão indo embora depois de terem participado do filme. Parecem que todas, de uma forma ou de outra, acabaram dando um passo além de si, para dentro de si mesmo. Falo dos meninos que partiram com muito mais facilidade do que eu. O mundo parece menor dez anos depois. Daqui de longe os meus braços estão fortes para trazer sementes para as grandes cidades. Todos os que se envolveram de verdade nesse projeto deram um passo talvez nunca imaginado. Um passo para lados desconhecidos, afundando em terras estranhas. Distante demais para dentro de si.

Os meninos da terra ganharam o mundo. E as pessoas da cidade voltaram à uma terra de onde nunca deveriam ter partido.

E isso não é pouco.

Um dia vamos entender o que nos aconteceu. Mas como sempre digo: é impossível escrever sobre o olho do furacão estando dentro dele.

Que venham os próximos dez anos.

2 comentários:

quasechuva disse...

rumba depredileta:
final de temporada! final de temporada!
quem segue na série? quem leva pedrada?
final de temporada! final de temporada!
faça valer a pena continuar na estrada.

t. disse...

e faz tão bem me sentir dentro de algo que eu ainda não entendo, talvez nunca entenda, mas essa é a essência.
you think you're a man.

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