terça-feira, 23 de junho de 2009

de tanto ir fundo nas coisas acabamos ficando por lá. - cocteau.

fotolog.com.br/_imprevisivel


















Talvez eu acredite em um certo tipo de romantismo. Talvez um romantismo velado. Um romantismo velado por velas derretidas. apagadas. opacas. o romantismo depois dele mesmo. Um velho que um dia foi romântico. Talvez eu seja um cara um pouco fora da minha idade. um velho que um dia foi romântico.

Se você gostar de poesia, talvez eu possa me interessar. Eu não gosto de poesia. Eu gosto de quem gosta de poesia. você me interessa.

Escrevo essas coisas pois as suas fotos acordam um eu que eu deveria ter sido. Você sempre fala o exato. O preciso. O que você fala nem sempre está correto, mas eu sempre prefiro acreditar. O perigo da borboleta é esquecer da transformação. A beleza do casulo é tão incompreensível quanto a liberdade das asas. escolhemos ver o que quase ninguém mais. por isso a necessidade de estarmos juntos.

Enquanto você acertar o foco. Enquanto as suas asas descansarem sob o sol do varal dos fundos da casa da sua mãe. a casa que um dia foi o seu todo. Enquanto a importância do sol for importante para você. Cutucar todas as onças com as varas mais curtas. Jogar fora todas as nossas armas. Fortificar as unhas e segurar na terra.

O mundo sempre será bonito enquanto você for a querida.

Depois as asas crescem. Depois acreditamos no vento.

Existem olhos que se perdem do outro lado do vidro da janela. In a jingle jangle morning I’ll come following you. Preciso ler um beatnik. E lamentar nunca ter sido um deles. Existem blogues que transcendem o meu pensamento. E nesses eu permaneço. Manifesto silencio para falar. Um dia eu encontrarei a palavra silenciosa e só então você entenderá o que eu digo. o que eu nunca falei. 

Agora você está de volta.

Agora você voltou para o seu casulo. Esse é o mundo pendular. habituar-se a ele é encontrar a serenidade dos que escolhem. Você nunca mais será uma coisa só. Você atravessou uma barreira. A borboleta voou. Viu as luzinhas da cidade bem pequenas. Cada vez menores até não mais existirem. Depois procurou as estrelas. as luzes internas do avião confundiam a visão para o lado de fora. talvez ela tenha ouvido Cat Power, como eu sugeri que fizesse. A voz que inventou o silêncio. 


Lugares inabitados quando passam a existir. fatos que elegemos para te tornar inesquecível.

Nunca se esqueça da beleza do casulo.

Nunca se esqueça da altura da ponte.

Nunca se esqueça que a ponte agora tem asfalto e uma sinaleira vai piscar organizando o transito. Logo será perigoso esperar no meio do nada no meio da madrugada. E vão colocar uma guarita da brigada militar. Logo vai ter um cachorro quente na beira do asfalto. A ponte vai ser tomada por meninos bêbados. O lugar será a parte mais perigosa da cidade. O rio se encherá de latas vazias de cerveja. Aos domingos o rio será feito de vômito. E a gente entenderá que nossa cidade segue o ritmo mais digno que ela poderia seguir. daqui de longe, da beira do rio mais poluído do mundo, de dentro do trânsito enlouquecedor das marginais, da maior cidade da américa do sul, tenho certeza de que a cidade ideal só tem sentido dentro de mim. e é mim que está a natureza. os grãos mais limpos e a fome mais exata. A beleza do casulo é não precisar olhar quando voamos para longe dele. ele sempre estará lá. não precisamos olhar para trás. não precisamos de despedidas. voltar é só o movimento natural e inevitável. Manifesto silencio. O resto não precisa ser dito.





2 comentários:

t. disse...

que lindo, que lindo.

Alien disse...

bonita a foto, em muitas fotos do teu blog eu te imagino sentindo frio, neste te imagino produzindo calor.

Twitter Updates

    follow me on Twitter

    Seguidores

    igetu