terça-feira, 29 de julho de 2008

o mundo anda estranho nesses últimos dias. não sei se é a ausência do frio nesse mês de julho. o julho mais quente da minha vida. não sei se é a ausência de vontade. mas tudo anda tão estranho. as pessoas. as confianças. as esperas.

eu ainda acho que eu espero demais de quem está perto de mim. eu ainda espero que faça frio. que vente. que chova. que o pasto amanheça coberto de gelo.

sofro quando há uma nova realidade dentro daquela que existiu até tão pouco tempo atrás. nesses dias de calor, quase nada é o que parece ser. mas vamos levando. de vez em quando eu rio. de vez em quando você está comigo. e quando ficamos juntos e quando olhamos para o mesmo futuro as coisas até parecem fazer algum sentido. e fazem.

resolvi parar com tudo o que me tira do mundo real. isso implica muitas coisas. muita coisa tem me tirado do mundo real ultimamente. isso implica eu mesmo tentar controlar um pouco a minha cabeça.

passei dois dias tremendo. agora parou. hoje de meio-dia pensei que iria morrer, mas não foi tão forte como há dois dias atrás. há dois dias atrás eu vi alguma coisa feia puxando a minha perna e eu tremi por quatro horas sem parar. e comi sal, mas nada mudou. e bebi leite, mas nada mudou. e rezei, mas eu ainda não acredito. e eu pensei em chamar uma ambulância. e eu pensei que realmente estava morrendo. mas não foi dessa vez. 

quando se está em processo de limpeza parece que as sujeiras vão tomando novas dimensões. o que antes não era notado assume características um pouco gigantes demais. pequenos problemas me desestabilizam e eu queria que alguém me dissesse que estou fora de mim ou que alguém me pegasse pelos ombros e me sacudisse até que eu saísse de mim e deixasse de ser eu para voltar a mim mesmo.

agora eu vejo máscaras onde antes havia um rosto. agora eu choro acordado onde antes era um sonho. vai passar. o tempo vai mostrar e vai nos dividir e eu vou voltar a ser eu mesmo. sozinho. vazio de vícios. limpo de virtudes. essencial. o bastante para que eu me baste só. só nós dois. o que vem de fora nos separa. o que nos mata não nos fortalece. eu quero e eu rezo e eu vou estar do lado do bem. e vou descansar em paz aqui na terra antes de voltar para o mesmo ponto de onde partimos. aqui na vida do agora eu quero a paz do eterno. eu não quero e eu não vou morrer ainda. hoje não. amanhã também. e assim por diante.

mas agora eu estou morto.

4 comentários:

quasechuva disse...

eu sabia que voce ia se matar outra vez
amo tanto voce

geheimnis disse...

mas eu te amo mais.

quasechuva disse...

queria que vc fosse pequeno que nem a beib, só um dia, pra eu poder te mimar e te fazer rir facinho que nem é com ela;)

leila fletcher disse...

Quando eu tenho pânico, eu gosto de pensar que isso é um vírus artificial criado por gente conservadora, que quer que paremos de viver e de fazer as coisas que a gente gosta, para nos trancarmos em casa, jantarmos às sete da noite e dormirmos às 9 e meia, bem cobertos e de meias. Tá, esse método não resolve de cara os sintomas que a gente conhece...mas a imagem da outra vida - a "vida segura"(real??) - me assusta tanto, que eu logo abandono todas as iniciativas de burocratizá-la, que tinham soado tão sensatas minutos antes...Não tem jeito, olhar o mundo real dá medo. Dá medo não entender o que está acontecendo com ele. Dá medo um monte de coisa não fazer sentido. Dá medo nunca saber o que vai acontecer amanhã; nunca saber o que as pessoas vão desejar, pensar, sentir, dizer; o que nós vamos desejar, pensar, sentir, dizer; o que vamos encontrar na próxima esquina quando descermos para comprar o jornal; sair de casa sem levar casaco; medo de perder a memória, a visão, o brilho nos olhos, a beleza; medo de ficar só; de perder quem a gente ama; de perder a chave de casa; de se perder. De ser atropelada e queimar a perna no escapamento de uma moto. De não ser amada. De perder as músicas do ipod. Mas a gente só sente isso porque estamos vivos. E reconhecemos que as coisas são vivas, contingentes, imprevisíveis. E que tudo pode acontecer. E que não adianta rezar, porque deus tá morto. More than this, there's nothing. Um corpo frágil, que carrega uma cabeça confusa, cheia de idéias, sentimentos, desejos, vícios, palavras, imagens, poesia. E que tenta se divertir e ter prazer neste mundo, ainda que digam que isso é proibido...Espero que vc fique bem...Call me up before you’re dead, we can make some plans instead!

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