quinta-feira, 2 de outubro de 2008

os meses últimos foram de um profundo medo de ir me embora de vez e para sempre. cada olhar para alguém que eu amava era, de uma forma muito íntima, um pequeno adeus. quando eu desligava o telefone eu pensava que talvez nunca mais fosse escutar a sua voz. talvez por isso eu nunca tenha dito tanto que te amava.é fácil mentir na iminência da partida. talvez por isso eu evitei levar discussões para terrenos mais profundos. se habitamos o futuro o tempo de agora é um sorriso de hironia. quando estamos lá, o aqui é apenas o espaço vazio entre dois pontos. o meu corpo tremia e eu sofria pequenos espasmos no decorrer de um dia. após uma xícara de café era certo sentir o chão chegando cada vez mais perto de mim. dos meus olhos assustados. no dia da estréia da peça eu fui levado para o hospital horas antes da cortina se abrir. e eu fiquei lá. no hospital. pedindo todos os exames possíveis para estar certo de que o meu coração não estava cansado de bater. era somente eu. um pouco menos do que já fui. sem saber do quê. sem saber até quando.


aqui na cidade grande estou equalizado. os olhares vazios me ecoam e eu não sou a excessão. a vida no interior é dura para os que trazem um coração no peito. a vida no interior é triste para os que não tem fome. aqui eu me perco na massa humana e eu sou um deles. como as pessoas dessa grande cidade eu me permito esconder-me em mim. e passo a ser assim, um pouco mais eu. 

é bom não ser ninguém para todos os que estão à nossa volta.

2 comentários:

quasechuva disse...

pois é, sabe o que eu estou fazendo pra me preparar pra voltar pro interior? to aprendendo a me maquiar.
pra me manter
de si em mim

quasechuva disse...

ai corazonzin
qdo der
vou aí me dissolver tb

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