terça-feira, 24 de junho de 2008
























lá fora deve estar fazendo alguma espécie de sol, mas eu não sei. fecho as cortinas para sentir a noite menos roubada de mim. cheiros chegam da cozinha. ela faz carnes enquanto ele lê o jornal do dia. a internet traz tudo tão mais rápido do que as páginas do jornal. mas a internet não tem paulo sant'anna. a única coisa que presta no jornal que ele lê. quero ser um velho como ele. como meu pai. como paulo sant'anna. como o tonacci, cineasta de serras da desordem. como bob dylan hoje em dia.
leio miranda july antes de dormir e ela me faz querer parar com tudo para apenas ficar lendo as suas palavras compondo frases que beiram a perfeição.
chris garneau e cat power são a trilha de todos os dias para todas as horas.
chá de bugre eu bebo o dia inteiro quando estou em casa. o aquecimento sempre está ligado em 30 graus, o que me faz quase não sair do escritório. xícaras de chá e uma taça de vinho por dia. somente uma. apenas uma. é preciso se controlar sempre um pouco mais. meu filho está aqui. meu filho corre entre as minhas pernas antes de dormir. antes que eu me canse dele. ele ainda não sabe, mas eu sempre canso rápido demais.
no dvd o pai e o filho do sokurov é o presente emprestado da thereza que veio de são paulo. uma das meninas mais bonitas está comigo sempre. o pai e o filho é um poema filmado e como poema tem o seu sentido em qualquer ponto que seja visto.
queria saber de mais coisas, mas não.
queria ver mais pessoas, mas só hoje não.
queria ter mais amigos, mas eu sempre canso de tudo cedo demais.
menos de você. você me faz feliz quando aparece carregando um pouco mais na beleza a cada manhã.
os cabelos quando são cortados. as peles quando emagrecidas. os olhos quando choraram demais. ou quando ficaram secos.
no frio os meus pensamentos se processam lentos.
esses são meus dias. antes do fim.

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