sábado, 31 de maio de 2008

frio. muito frio no sul do brasil.









neva aqui. meu coração está cansado de sempre esperar. meu coração está cansado de sempre ter aquilo que espera e depois ficar sem saber o que fazer com o presente nas mãos. o que fazer com o seu corpo na cama. tudo o que eu peço e por tudo o que eu choro e por tudo o que eu espero. quando tenho não sei o que fazer.


estou em um café. a neve se dissipa do outro lado da janela. o acesso a internet quase não há. as noites fico sozinho esperando alguma coisa acontecer. alguma vontade brotar. qualquer vontade que resista à neve caindo lá fora.

ontem ficamos conversando em volta da lareira. o fogo nos aquecia. eu. meu pai. minha irmã. avançamos a madrugada discorrendo sobre nossos sonhos. lembramos tão pouco do nosso passado. quando estamos juntos os nossos olhos miram um futuro belo. de sonhos que se realizam e eu posso ser feliz. e eu posso não olhar para trás. 

depois eles foram dormir. e eu assisti mais uma vez ao "inferno". quando o filme terminou era madrugada e fazia muito mais frio dentro de mim do que do outro lado da janela. ele sempre me leva para longe. e mesmo que nenhuma gota escorra dos meus olhos, eles me desencadeia um pranto sem fim e eu choro sem saber por onde. e eu grito no silêncio que não se rompe. e eu deito na cama tentando entender a genialidade de kieslowsky. 

a neve se dissipa e tudo indica que a tarde desse sábado nos dará algum resto de sol. eu espero por ele. uma festa está marcada para as quatro horas da tarde. rock das quatro às seis da manhã. coisas que só acontecem aqui. na cidade ao lado uma gincana mobiliza os garotos. eu verei os seus rostos sorrindo e os seus braços comemorando cada tarefa concluída. à noite sentirei vontade de morrer. e algum filme me tirará o sono na madrugada fria. e se eu quiser. se eu puder. pegarei o carro e beberei em algum balcão de um lugar mal iluminado. algum amigo de infância sentará ao meu lado para que eu volte ao que nunca fui. para que eu seja o que nunca mais serei. até voltar para casa. e dormir. uma noite a menos para a eternidade dos dias. seguiremos. sem saber que o frio vai aumentar. sem saber o que verão nunca mais irá voltar.

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